O esgotamento emocional é um estado em que, devido ao stress acumulado de situações desagradáveis que vão ocorrendo na vida, nos sentimos mentalmente desgastados podendo afetar o nosso funcionamento físico, mental e a forma de interação com os outros.
É um processo interno que ocorre lentamente, até momento em que a pessoa entra em colapso, como resultado de muitos pensamentos, muito trabalho, muitas responsabilidades, muitas opções, muita ansiedade, “muitas coisas” e ao mesmo tempo de pouco tempo para si, poucas horas de sono, pouca calma interior… O sentimento de falta de poder e controlo sobre a sua vida, faz com que se sinta “agarrada” a determinada situação, que origina falta de energia, insónias e desmotivação nas tarefas diárias. Esta quebra a submerge em paralisia, depressão profunda ou doença crónica.
Sinais esgotamento emocional
Antes que apareça o esgotamento emocional propriamente dito, há sinais aos quais, normalmente, não são dados muita importância. Alguns dos sinais do esgotamento emocional são:
1 – Perda de energia – Fisicamente a pessoa sente-se, frequentemente, cansada.
2 – Insónia – Uma pessoa com esgotamento emocional apresenta dificuldade em dormir, acordando várias vezes ao longo da noite. Muitas vezes por problemas ocultos que, durante a noite, se alojam na nossa mente e que fazem com que seja mais difícil de adormecer.
3 – Irritabilidade – Há nervosismo e perda de autocontrolo com frequência. A pessoa esgotada parece mal-humorada e mais sensível a qualquer crítica do meio externo.
4 – Perda de motivação – Quem sofre de esgotamento emocional começa a agir mecanicamente, como se fosse obrigado a fazer o que faz o tempo todo. Não tem qualquer entusiasmo ou interesse em atividades com as quais se apaixonava, ou desenvolver novos projetos.
5 – Distanciamento afetivo – As emoções começam a ficar cada vez mais planas. É como se, na verdade, a pessoa não sentisse praticamente nada.
6 – Incapacidade de desfrutar dos pequenos prazeres da vida – As atividades que antes faziam a pessoa sentir-se feliz, deixa de fazer sentido.
7 – Falhas na memória – O esgotamento faz com que haja falhas frequentes na memória. Esquecemo-nos com facilidade de pequenas coisas nomeadamente, mensagens, onde deixamos as chaves ou termos dificuldade em lembrar o que aconteceu no dia anterior.
8 – Dificuldades para pensar – A pessoa se sente confusa com facilidade, com dificuldade em acompanhar um discurso mais longo e dar um sentido lógico às ideias. Cada atividade implica um gasto de tempo superior, pois o raciocínio torna-se mais lento.
9 – Instabilidade Emocional – A pessoa tem vontade de chorar constantemente, muitas vezes sem motivo aparente, associado a sentimentos de angustia, ansiedade e falta de esperança.
10 – Sintomas físicos – Com o tempo um esgotamento emocional dá origem a uma série de problemas de saúde afetando, nomeadamente, o sistema imunológico, cardíaco, o metabolismo e o bem-estar mental geral. Podendo ocorrer alterações gástricas e intestinais, dores de cabeça, pescoço e costas, mudanças no apetite, hipertensão arterial, constipações e infeções frequentes, aumento de peso, envelhecimento prematuro e cancro.
Stress
OMS classificou o stress como a «epidemia de saúde do século XXI».
Estima-se que 80 a 90% das doenças sejam causadas por stress.
Quando estamos em stress, as hormonas aceleram o nosso corpo, resultando um desequilíbrio no sistema endócrino. No sistema excretor observa-se obstipação ou secreções excessivas. O sistema nervoso fica alterado, prejudicando a transmissão nervosa. Os processos digestivos normais como a absorção, distribuição, assimilação e eliminação são inibidos durante situações de stress. Os músculos tendem a ficar tensos e contraídos e o sistema circulatório é afetado pelo aumento da taxa de bombeamento do coração e dos vasos sanguíneos causando pressão alta, podendo provocar acidentes vasculares cerebrais (AVC) e enfartes cardíacos.
Doenças mentais em Portugal e no Mundo
Mais de um quinto dos portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica, sendo o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa.
As perturbações de ansiedade, em Portugal, são as que apresentam uma prevalência mais elevada, seguidas pelas perturbações do humor, perturbações de controlo dos impulsos e as perturbações pelo abuso de substâncias.
As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro-cardiovasculares (13,7%).
Cinco das dez principais causas de incapacidade e de dependência psicossocial, a nível Mundial, são doenças neuropsiquiátricas: depressão, problemas ligados ao álcool, esquizofrenia, perturbação bipolar e demência.
12% das doenças em todo o mundo são do foro mental, sendo que nos países desenvolvidos corresponde a 23%.
As perturbações por depressão são a terceira causa de carga global de doença (nos países desenvolvidos a primeira), estando previsto que passem a ser a primeira causa a nível mundial em 2030, com agravamento provável das taxas de suicídio e parassuicídio.
Apenas um quarto dos doentes com perturbações mentais recebe tratamento e só 10% têm tratamento considerado adequado.
As doenças e as perturbações mentais tornaram-se, nos últimos anos, na principal causa de incapacidade e numa das principais causas de morbilidade nas sociedades.
Fonte: Site SPPSM – Sociedade Portuguesa Psiquiatria Saúde Mental
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